ENTRE O MITO E A REALIDADE : A ERA BOLSONARO A MANIPULAÇÃO DA RELIGIÃO E DA MORAL COMO INSTRUMENTOS POLÍTICOS.

Professor Joelson
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ENTRE O MITO E A REALIDADE : A ERA BOLSONARO  A MANIPULAÇÃO DA RELIGIÃO E DA MORAL COMO INSTRUMENTOS POLÍTICOS.

O ex-deputado federal e ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), teve sua trajetória política marcada por controvérsias, acusações e processos judiciais que se estendem desde os anos em que ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados até o período em que comandou o Palácio do Planalto entre 2019 e 2022.

No Congresso Nacional

Bolsonaro exerceu sete mandatos consecutivos como deputado federal pelo Rio de Janeiro, entre 1991 e 2018. Durante sua atuação, ficou conhecido por discursos agressivos, declarações consideradas de caráter discriminatório e por defender pautas de endurecimento penal e exaltação à ditadura militar. Apesar da longa permanência, apresentou relativamente poucos projetos aprovados, o que lhe rendeu críticas sobre baixa produtividade legislativa.

Ainda no período legislativo, seu nome e o de sua família passaram a ser associados a investigações sobre supostos esquemas de “rachadinhas” – prática de apropriação de parte dos salários de assessores parlamentares. O caso ganhou repercussão nacional com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro, acusado de operacionalizar o esquema. Outro ponto de destaque foi a revelação de depósitos em cheques na conta da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fato que gerou questionamentos sobre a origem dos valores.

Na Presidência da República

Eleito presidente em 2018, Bolsonaro governou o Brasil até 2022. Sua gestão foi marcada por embates institucionais, atritos com a imprensa, críticas à condução da pandemia de Covid-19 e denúncias de favorecimento político.

Um dos episódios mais lembrados foi sua postura diante da crise sanitária: o ex-presidente se posicionou contra medidas de isolamento social, questionou vacinas e promoveu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Essas ações lhe renderam críticas de entidades médicas e internacionais.

Durante o mandato, também se tornou alvo de questionamentos envolvendo a atuação de seus filhos e aliados em operações empresariais, como a loja de chocolates administrada por Flávio Bolsonaro, suspeita de servir como canal para lavagem de dinheiro. Além disso, a proximidade de figuras ligadas ao clã Bolsonaro com milicianos do Rio de Janeiro reforçou críticas sobre influência de grupos criminosos em seu entorno político.

Outro episódio marcante foi a atuação do chamado “gabinete do ódio”, núcleo formado por assessores e pessoas próximas ao presidente, acusado de disseminar notícias falsas e ataques virtuais a opositores. Segundo investigações, o grupo teria sido estruturado dentro do Palácio do Planalto e contaria com a participação ativa de seus filhos.

As movimentações financeiras da família também estiveram sob suspeita, com investigações apontando para compras de imóveis em dinheiro vivo, prática que levantou questionamentos sobre possível lavagem de dinheiro.

Processos e Inelegibilidade

Após deixar o cargo, o ex-presidente passou a responder a diversos processos judiciais e inquéritos. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, após considerar que ele utilizou a estrutura da Presidência para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores estrangeiros.

Além disso, enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O ex-presidente nega envolvimento e afirma ser vítima de perseguição política.

Desdobramentos recentes (2024–2025)

Em 2024, Bolsonaro foi alvo de operações da Polícia Federal que cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele e a assessores próximos. As investigações apuram supostas tentativas de golpe de Estado e o uso de informações sigilosas para desacreditar instituições democráticas.

Ainda em 2024, prestou depoimento em inquéritos que investigam irregularidades na compra de joias e presentes oficiais recebidos durante seu governo, suspeitos de terem sido desviados do patrimônio da União.

Em 2025, os desdobramentos se intensificaram com novas oitivas, bloqueio de bens e avanço de processos relacionados a financiamento ilegal de campanhas, disseminação de desinformação em redes sociais e responsabilidade nos atos antidemocráticos de 2023.

No mesmo período, um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro, deputado federal, participou de agendas nos Estados Unidos em que defendeu sanções contra o Brasil, alegando perseguição política ao pai. O episódio gerou forte repercussão negativa no cenário nacional, sendo interpretado por críticos como tentativa de internacionalizar a defesa do ex-presidente.

Paralelamente, setores do Congresso Nacional passaram a articular a aprovação de uma proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, medida que, segundo opositores, poderia beneficiar diretamente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Legado e repercussão

A passagem de Jair Bolsonaro pela política brasileira deixou marcas profundas. Enquanto parte de seus apoiadores o vê como defensor de valores conservadores e da “liberdade”, críticos apontam que seu estilo de governo agravou a polarização política, enfraqueceu instituições democráticas e trouxe prejuízos ao enfrentamento de crises nacionais.


Porto Velho,31 de agosto de 2025


JOELSON CHAVES DE QUEIROZ # ACADÊMICO DE JORNALISMO




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